Texto: Germano Dushá
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10/09/2020 21h 58m 30s
Future Television, nova internet, são tantas chamadas, jorrando quente, tantas janelas, abas guardadas, quantos canais, esses estímulos todos, que nos sopram hormônios espinha acima, fundindo corpos a telas, tipo Videodrome, penetrando abdomens, derretendo cabeças, saindo pelas orelhas;
Future Television, são tantas escalas, analogias, tantas formas de vida, escorrendo no vazio, tantas sensações… Das centenas de bilhões de galáxias às trilhões de células nos corpos humanos. Vasta taxinomia de humores, exercícios intensos, ginástica espiritual em todos os planos.
Future Television, antes ou agora, sob demanda, qual o programa? São tantos gestos, tantas possibilidades, podia ser tudo, e agora cada vez mais abstratas, operações dialéticas e econômicas em um microssegundo, fluxo infinito de informação, documento ou ficção, dentro ou fora, no código cravado na máquina ou atravessado no meio da garganta, e nas fábricas de bitcoin, nos galpões infinitos de servidores, exércitos de mineradores digitais, os algoritmos mais afiados, e nas ruas as câmeras e medidores de temperatura, os drones militares, os drones de vigilância civil, os drones de limpeza sanitária. Que ecologia… Onde começa tua imagem e termina minha retina?
Future Television, new internet, there are so many calls, gushing hot, so many windows, tabs, many channels, all these stimuli, that blow hormones up our spine, fusing bodies to screens, like Videodrome, penetrating the abdomen, melting heads, coming out of the ears;
Future Television, there are so many scales, analogies, so many forms of life, flowing in the void, so many sensations… From the hundreds of billions of galaxies to the trillions of cells in human bodies. Vast taxonomy of moods, intense exercises, spiritual gymnastics on all levels.
Future Television, before or now, on demand, which program? There are so many gestures, so many possibilities, it could be everything, and now more and more abstract, dialectical and economic operations in a microsecond, infinite flow of information, document or fiction, inside or outside, in the code embedded in the machine or crossed in the middle of the throat, and in bitcoin factories, in endless server farms, armies of digital miners, the sharpest algorithms, and in the streets: cameras and temperature measurement devices, military drones, civilian surveillance drones, sanitary cleaning drones. What ecology is this… Where does your image start and my retina ends?