Mitchell Barton - Black Sand White Sand Grey Sand

Texto: Mitchell Barton
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05/06/2017 18h 0m 10s

Eu realmente gosto de praias. A praia parece ser um ponto de partida para aventuras e descobertas. Também é uma fronteira, uma divisão entre mar e terra, segurança e potencial perigo. Praias também são cheias de mistério — há coisas que vêm parar na região costeira vindas de lugares muito distantes. Elas trocam de contexto, algumas vezes são redescobertas e outras vezes são enterradas.

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Eu costumo me perder em buscas na internet, procurando respostas para uma questão técnica, abrindo várias abas e dando scrow down num feed. A experiência do usuário nesses momentos é importante, já que facilita minhas buscas. Diz-se que a experiência na web não deve te fazer pensar. A navegação por imagens e textos postados deve ser simples.

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Areia é como pixel. Cada pixel individual poderia potencialmente representar um grão de areia individual, com cada tela representando uma espécie de praia ou caixa de areia. Mas caixas de areia e praias são coisas muito diferentes, uma é um deslocamento da outra.

Ou talvez uma imagem inteira é como um grão individual de areia, e pixels são como moléculas ou o componente de um único grão. Se for esse o caso, para ter uma praia ou uma caixa de areia, você precisaria de uma soma muito grande de imagens.

É claro, poderíamos seguir a diante. Talvez a totalidade da internet é uma praia ou uma ilha e cada domínio registrado é um grão de areia, uma palmeira, um córrego, ou alguma fruta exótica. Ou talvez não haja distinção entre cada pedaço de areia, e tudo o que nós sabemos é sobre a existência de um corpo central. É possível que as mensagens ou os castelos de areias sejam feitos na areia, mas eventualmente essas coisas se dissolvem e são misturadas no corpo central através do movimento das marés. Ou elas podem durar? Eu suponho que umas sim e outras não. Talvez nem sempre elas possam sobreviver integralmente, mas por meio de alguns traços estilísticos ou um espírito e vontade específicos, algo que pode operar uma coesão entre elementos que compartilham algum tipo de existência, algo que os separa de qualquer imagem borrada.

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É possível que algo lento seja feito com elementos rápidos? É possível que uma tamanha rapidez comece a virar lentidão?

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O segundo parágrafo de "Um passeio pelos monumentos de Passaic, Nova Jersey" de Robert Smithson fala de uma caixa de areia. Lê-se:

"Agora eu deveria ter a intenção de provar a irreversibilidade da eternidade usando uma experiência de recursos escassos para comprovar a entropia. Imagine com o olho de sua mente a caixa de areia dividida em duas com areia preta de um lado e areia branca do outro. Pegamos uma criança e a fazemos correr no sentido horário dentro da caixa completando 100 voltas, até que a areia se misture e comece a ficar cinza; depois disso a fazemos correr no sentido anti-horário, mas o resultado não será a restauração da divisão original e sim grau ainda maior de cinza e aumento da entropia."

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Com cada atualização tecnológica, um novo sistema é implementado. Sistemas passados caem em obsolescência. Eles se tornam mitos fundadores.

I really like beaches. The beach seems to be a point of departure for exploration and discovery. It also is a border, a division between sea and land, safety and potential danger. Beaches also are full of mystery — things wash up on the shore coming from far away places. They switch contexts, sometimes discovered and other times buried.

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I often lose myself in internet searches, looking for an answer to a technical question, opening various tabs, or scrolling through a feed. User experience is important here as it facilitates my searches. They say experience on the web shouldn’t make you think. Navigation through posted images and texts should be simple.

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Sand is like pixels. Each individual pixel could potentially represent an individual grain of sand, with each screen representative of a sort of beach or sandbox. But sandboxes and beaches are very different things, one a dislocation of the other.

Or maybe an entire image is like an individual grain of sand, and pixels are like molecules or the makeup of the single grain. If that were the case, to have a beach or a sandbox, you would need a very large amount of images.

Of course, we could keep on going. Maybe the entire internet is a beach or an island and every registered domain is a grain of sand, a palm tree, a stream, or some exotic fruit. Or maybe there is no distinction between each piece of sand, and all we know is the existence of the main body. It’s possible for messages, images, or sand castles to be made in the sand, but eventually these things dissolve and are mixed into the main body through the movement of the tides. Or can they last? I suppose some do and others don’t. Maybe not always in their integral content, but by some stylistic trace or specific will and spirit, something that can operate a cohesion between elements that share some kind of existence, something that sets them apart from any blurry image.

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Can something slow be made with quick things? Does so much quickness eventually begin to become slowness?

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The second to last paragraph of Robert Smithson’s "A Tour of the Monuments of Passaic, New Jersey" talks about a sandbox. It reads:

"I should now like to prove the irreversibility of eternity by using a jejune experiment for proving eternity. Picture in your mind’s eye the sandbox divided in half with black sand on one side and white sand on the other. We take a child and have him run hundreds of times clockwise in the box until the sand gets mixed and begins to turn grey; after that we have him run anti-clockwise, but the result will not be a restoration of the original division but a greater degree of greyness and an increase of entropy."

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With every technological update, a new system is implemented. Past systems fall into obsolescence. They become foundation myths.